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Independente da fiscalização, manter bom comportamento ao volante reduz riscos

Independente da fiscalização, manter bom comportamento ao volante reduz riscos

Independente da fiscalização, manter bom comportamento ao volante reduz riscos

Como diz o ditado “O certo é certo mesmo que ninguém esteja vendo”. A premissa pode ser aplicada a diferentes realidades e, uma delas envolve as infrações de trânsito de difícil fiscalização.  Embora recorrentes nas estradas e vias urbanas e passíveis de multa pelas legislações que regem o trânsito, elas são ignoradas pela maior parte dos condutores e, quando cometidas, comprometem a segurança do motorista e de terceiros. Alguns exemplos são conduzir o veículo com uma só mão ou com calçado que comprometa o uso dos pedais. Ambos comportamentos, conforme artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), são infrações médias, com multa de R$85,13 e quatro pontos na carteira; assim como dirigir o veículo com braço para fora, atirar ou abandonar na via objetos ou substâncias, e dirigir veículo transportando pessoas/animais à esquerda ou entre pernas e braços. Penalidades à parte, manter o trânsito mais humano e seguro também é responsabilidade do condutor, que deve agir sempre com prudência, bom senso e munido de informação.

Deixar de guardar distância lateral de 1,5m durante a ultrapassagem de bicicletas (artigo 201) e transitar com veículo, em declive, desligado ou desengrenado – a famosa ‘banguela’ – entram na lista (artigo 231, IX) de infrações que são difíceis de fiscalizar por agente ou por equipamento: a primeira depende de uma medição e a segunda não é facilmente perceptível. O especialista em direito do trânsito e comentarista no site CTB Digital, Julyver Araujo, reforça que há outros pontos comuns entre irregularidades como essas. “Como enquadra o Conselho Nacional de Trânsito, algumas infrações requerem abordagem especial do agente de trânsito. Essa simples exigência já torna a fiscalização mais complexa”, associa. Ele acrescenta ainda que nem toda via pública dispõe de condições favoráveis para este fim, o que pode, em alguns casos, impossibilitar a averiguação individual.

Para o coordenador de trânsito de Ubatuba/SP, Major Franco, além da abordagem, subjetividade é outro fator que dificulta os processos de fiscalização. “A legislação permite que o condutor dirija descalço, mas não com calçado impróprio. O fato é que não há maneira de comprovar, durante a abordagem, em quais das condições ele conduzia o veículo”, ilustra. Outro exemplo é o de uma atitude que transita no campo do desrespeito e que, infelizmente, é comum especialmente em dias de chuva: arremessar água ou detritos sobre os pedestres e veículos. Esse ato é uma infração de trânsito. “Essa ação leva a uma análise subjetiva, já que pode ter sido intencional ou não, sendo que no primeiro caso é sujeita à multa. O ideal nesse caso é que o fato seja visualizado pelo agente, pessoalmente ou através de câmeras de vídeo”, sugere.

Segundo Franco, apesar de aparentemente inofensiva, transitar com cães à esquerda do motorista ou entre seus braços e pernas é uma conduta muito praticada que oferece risco de acidentes, pois compromete os movimentos do condutor e pode ser uma fonte de distração. “Uma estratégia para desestimular comportamentos como esse é estabelecer legislações mais claras, que obriguem o dono a se deslocar com os animais em segurança, como protegidos no banco traseiro”, reforça.

A consciência de que um trânsito seguro depende de atitudes individuais é fundamental para garantir que todos cumpram a legislação. “O condutor precisa conhecer, entender e praticar a lei. Sem isso, ele comete infrações que colocam a sua vida e dos demais em risco”, recomenda o diretor da Perkons, Luiz Gustavo Campos.

Ainda que difíceis de autuar, as infrações são registradas

Fonte: Detran/PR

Mesmo podendo ocasionar acidentes graves, infrações mais difíceis de fiscalizar compõem o cenário do trânsito no Brasil. Dados do Detran-PR sugerem variações sem padrão no número de autuações ocorridas entre 2014 e 2015, na capital paranaense. Em 2014, 552 motoristas foram autuados por infrações difíceis de fiscalizar; em 2015 o número sofreu elevação de 2,5%, atingindo 566 condutores. Conforme levantamento disponibilizado com exclusividade para a Perkons, o uso de calçado impróprio sofreu queda de cerca de 36%; no mesmo ínterim, 9% dos motoristas deixaram de conduzir o veículo com o braço para fora. Em contrapartida, o percentual de condutores que transportaram volumes, pessoas ou animais à esquerda aumentou 22%, e aqueles que dirigiram com apenas uma das mãos teve acréscimo de 16%. Seja por falta de cautela ou de conhecimento, o número de autuações demonstra mais uma vez que informação e atenção são essenciais para um trânsito seguro.

Com informações da Assessoria de Imprensa

Fonte: Portal do Trânsito

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